segunda-feira, 24 de novembro de 2008

AÇÃO MEDIADORA DO TUTOR

AÇÃO MEDIADORA POR MEIO DO
PLANEJAMENTO E DA TECNOLOGIA
“A facilitação da aprendizagem é a própria finalidade do ensino”
David Ausubel
CURITIBA- JUNHO/2008 - GILMAR JOSE HELLMANN ( Trabalho apresentado às na UTA Tutoria e Mediação no Curso de Especialização de Tutoria em EAD da FACINTER UC de Curitiba do GRUPO UNINTER.)

SUMARIO
INTRODUÇAO
1. TEORIA DO CAOS e EAD
2. SISTEMA DE PREPARAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
3. MEDIAÇÃO EM EAD
3.1 O que é mediação
3.2 Mediação do tutor no processo ensino-aprendizagem
3.3 Aspectos mediadores do processo ensino-aprendizagem
3.3.1 Metodologia
3.3.2 Material
3.3.3 Aplicabilidade
4. TUTOR NO EAD
4.1 Tutor educador
4.2. Tutor de Polo
4.3 Andragogia: o aluno mediado
4.4 Tutor e aluno
5. MEDIAÇÃO, DIALÉTICA e PROCESSO PEDAGÓGICO
5.1 A mediatização dos conteúdos
5.2 Currículo e mediação
5.3. Avaliação como mediação
6. A MEDIAÇÃO INTEGRADORA NO EAD
7. PLANEJAMENTO NA TUTORIA
7.1 Aplicando o PDCA
7.2 Obstáculos
7.3 Benefícios
CONCLUSÃO
REFERENCIAS


INTRODUÇÃO
Em um primeiro momento podemos confundir a presença de um tutor na sala de aula, como a de um simples bedel, incumbido só e tão somente de manter a ordem e de assegurar a confirmação da presença do aluno em sala. O afastamento do aluno da presença física do professor regente é suprida pela mediação presencial do tutor bem como pelo envolvimento deste com o conteúdo pretendido e com as tarefas por ele executada visando o complemento das atividades necessárias para um aprendizado qualificado e controlado. Organizar atividades, lançar informações, acompanhar dificuldades fazendo a ligação emocional do processo educacional virtual são tarefas que o tutor deve desenvolver como ferramenta de apoio para a boa relação do aluno com a administração da instituição e seu corpo docente.
O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre o papel do tutor no Ensino a Distância. Os temas foram estudas no segundo módulo da presente e nas referencias sugeridas pelos professores deste módulo. Também foram utilizados conceitos e estudos já vistos no módulo anterior.
Em todo o trabalho procura-se ter como linha mestra a idéia da mediação. Além do tutor mediador também o processo de ensino-aprendizagem (conteúdo, currículo e avaliação) pode ser visto sob o prisma da mediação. O planejamento também pode ser tratado como mediação, enquanto ferramenta de apoio na ação tutorial. Ou seja, no EaD é distinto saber a o papel do tutor e seu papel de mediador que integra os meios, a teoria de aprendizagem, a estrutura da IES e o aluno.

1. TEORIA DO CAOS E EAD
A Teoria do Caos, aprofundada por Edward Lorenz, explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Nesses sistemas, inúmeros elementos estão em interação de forma imprevisível e aleatória. Segundo Lorenz, seria como se o bater das asas de uma borboleta no Brasil causasse, tempos depois, um tornado no Texas. Fundamentado em seus estudos, ele formulou equações que demonstravam o “efeito borboleta”. Origina-se assim a Teoria do Caos.[1]
Talvez seja por este motivo que alguns estudos aproximam a EaD com a Teoria do Caos. Para entender melhor será necessário mencionar o tema educação contextualizada nos cursos a distância. A educação em EaD aborda temas como: dinamicidade, movimentos que organizam as experiências individuais e sociais, incluindo a escola, professores, tutores, conexões, transformações, conciliação dos opostos, interligações, em um processo contínuo de agregação de novos elementos e de expansão.
Outro aspecto Teoria do Caos é a auto-organização. Segundo Davis e Sumara, 2000, na EaD a auto-organização se caracteriza da seguinte forma:
ü O produto da educação sendo maior do que a soma e suas partes (emergência).
ü Os insights coletivos superando os insights individuais.
ü Inteligência definida como exploração de várias possibilidades de ação e seleção de ações mais adequadas à situação imediata.
ü O indivíduo deixa de ser visto como a única instância de aprendizagem/pensamento/ inteligência/criatividade para se pensar em sistemas mais amplos que se expandem a partir do aprendiz e que são incorporados no aprendiz. (movimentos para fora e para dentro ao mesmo tempo).
ü Aprendizagem não é um processo linear e ações inteligentes podem ocorrer, simultaneamente, em vários níveis da organização do sistema complexo.

2. SISTEMA DE PREPARAÇÃO E ACOMPANHAMENTO (?)
Segundo Aretio (1994), são evidentes as diferenças entre o ensino presencial e a distância. Exigindo tanto do professor quanto do aluno novas posturas e conhecimentos. Portanto, defende-se que em cursos a distância é fundamental desenvolver um sistema de preparação e acompanhamento permanente aos professores e aos alunos, assim como, de toda equipe envolvida (coordenadores, monitores, editores, dentre outros). Todos devem ter clareza das características da Educação a Distância e da abordagem educacional do curso para que as práticas não se tornem individualizadas. Garantindo assim, a ação conjunta em prol da qualidade do curso em todos seus segmentos.
Segundo Gomes (p.06), é necessário que se tenha uma equipe capacitada que seja responsável por essa preparação dos professores, dos alunos e dos demais envolvidos. Entende-se que este trabalho se adequa a uma equipe que tenha em sua formação o entendimento da pedagogia e da andragogia, do uso das tecnologias de informação e comunicação em prol da educação, ou seja, de como o aluno aprende e de como as mídias podem viabilizar na EAD esta aprendizagem.

3. MEDIAÇÃO EM EAD
A legislação brasileira apresenta uma definição de EAD, em seu artigo 1º, contemplando os itens propostos por Landim (1997) e Tripathi (1997).
Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (Diário Oficial da União, Decreto 2.494, de 10 de fevereiro de 1998).[2]
Na definição da legislação destacamos a idéia de mediação, talvez mais focada nos meios (recursos).

3.1 O que é mediação
Mediação Pedagógica é a atitude, o comportamento do tutor, que se coloca como facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que se apresenta como uma atividade dinâmica , e não estática , entre o aluno, e o estudo, destacando o diálogo, a troca de experiências, o debate e a proposição de situações problemas e suas características.
Nas situações de EaD, o tutor faz a mediação com os alunos, preparando o ambiente, para que ocorra interação, provocando ou facilitando essas ações. Deve-se colocar o pensamento do grupo, propor situações e atividades de conhecimento, possibilitando que os alunos tenham respostas, e possam interar em grupo ou individualmente, facilitando o aprendizado, e assim proporcionando melhor caminho entre alunos e o objeto de conhecimento.

3.2 Mediação do tutor no processo ensino-aprendizagem
Porém a pergunta que se pode fazer: quem media os meios? Afinal, os recursos não são um fim em si, mas um meio para realização do ensino-aprendizagem. Surge então o importante papel pedagógico da tutoria.
O tutor, na opinião de Maggio (2001), possui a função de orientar o processo de aprendizagem dos alunos, garantindo o cumprimento dos objetivos do ensino.[3]
Segundo David Ausubel In Moreira & Masini,
(...) " o problema principal da aprendizagem consiste na aquisição de um corpo organizado de conhecimentos e na estabilização de idéias inter-relacionadas que constituem a estrutura da disciplina . O problema , pois , da aprendizagem em sala de aula está na utilização de recursos que facilitem a passagem da estrutural conceitual da disciplina para a estrutura cognitiva do aluno , tornando o material significativo ". (Moreira & Masini , 1977 ;p.42)[4]

Para Couto e Larchert (2001, pg. 5), a educação a distância
é uma modalidade de ensino que se caracteriza pela sua flexibilidade. Atualmente, com o avanço e desenvolvimento das tecnologias da comunicação, as interações entre professores e alunos são favorecidas, diminuindo as distâncias e as fronteiras entre as pessoas. É uma modalidade de ensino que vem criando um espaço para gerar, promover e implementar situações de aprendizagens não convencionais, ou seja, em espaços (distância) e tempos (não simultâneo) que não se compartilham, o que acrescenta complexidade ao já complexo processo de ensino e aprendizagem.[5]

3.3 Aspectos mediadores do processo ensino-aprendizagem
3.3.1 Metodologia
A participação e o envolvimento do tutor deve obrigatoriamente se dar com conhecimento e envolvimento do conteúdo oferecido. Perceber dificuldades, facilitar acesso bem como patrocinar o envolvimento dos alunos com atividades paralelas e de reforço, motivando e controlando a participação efetiva da classe, percebendo a assimilação dos conteúdos propostos e a efetiva participação geral. A empatia com a classe, a responsabilidade na continuidade das atividades propostas bem como o envolvimento pró-ativo no curso da matéria, fazendo a interface do presencial e do virtual são atividades que uma vez exercidas pelo tutor da tele-sala garantem o rendimento esperado pelo corpo docente e pela coordenação dos cursos.

3.3.2 Material
Dispõem o tutor das mesmas ferramentas que o aluno tem em sala de aula para acompanhar e incrementar as propostas do professor regente. Alia ainda, o tutor, a possibilidade de complementar tais propostas com seu conhecimento acadêmico e com a estrutura oferecida pela instituição, como biblioteca, laboratórios, tutorias específicas, etc... levando o aluno a se interessar por expandir os conhecimentos adiqüiridos em sala, percebendo ainda a real aplicabilidade da matéria proposta em seu dia a dia. A participação do tutor se dá no incentivo e na participação do aprendizado, reforçando a evolução do aluno e direcionando o esforço deste na intenção do aprendizado.

3.3.3 Aplicabilidade
O progresso pessoal, conseguido no exercício diário do aprendizado escolar, somado ao amadurecimento do convívio com diferentes posturas, culturas e métodos estimulam o aluno ao constante aprendizado e melhoramento, não só na bagagem cultural, mas na melhora continua de seu comportamento como cidadão , participante, responsável e ativo em uma sociedade consciente, madura e em crescimento.

4. TUTOR NO EAD
As tarefas do docente à distância podem ser divididas em três grandes grupos: a) tarefas de concepção e realização dos cursos e materiais; b) planejamento e organização da distribuição dos materiais e da administração acadêmica; c) acompanhamento do estudante.
O docente na EaD passa a ter funções de criador, formador e realizador de cursos e materiais, pesquisador, tutor, “tecnólogo educacional” (que utiliza diferentes mídias para atingir os objetivos pedagógicos da melhor forma), e monitor (Belloni,1999). A tutoria, portanto, se apresenta como uma das funções que o professor a distância passa a assumir.
A tutoria pode ser realizada por pessoas e programas instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados), etc.

4.1 Tutor educador
O tutor também é um educador. No EaD o tutor é um mediador. O papel deste mediador considera as seguintes funções:
ü Planejar e organizar as suas atividades.
ü Organizar situações de aprendizagem e propor ações educacionais.
ü Identificar as representações do pensamento do aluno atuando como mediador e orientador.
ü Fornecer informações significativas e que promovam a reflexão.
ü Incentivar a busca de distintas fontes de informações.
ü Ter atitude de acolhimento.
Uma das características fortes no tutor educador é a necessidade da comunicação. Conforme Holmberg (1985), a comunicação de "ida e volta" tem propósitos muito importantes para o sucesso de um curso a distância (GOMES,p.9):
ü apoiar a motivação e o interesse do estudante;
ü apoiar e facilitar a aprendizagem do aluno, trocando com o aluno, comentários, explicações e orientações;
ü proporcionar ao aluno a visualização de sua situação e suas necessidades educacionais;
ü descobrir deficiências do curso que podem ser modificadas.
Enfim, segundo Gomes (p.4) entende que sem diálogo não podemos falar de interação, colaboração e de relações cooperativas. As características do tutor deve estar clara e internalizada por todos os envolvidos em práticas educacionais: coordenadores, planejadores, executores, tutores, monitores, professores, alunos; tanto na modalidade a distância, quanto na presencial.
Segundo Gomes (p. 09) também dependerá portanto da clareza pedagógica e consequentemente do cuidado no planejamento e elaboração de estratégias que garantam esta comunicação.
4.2 Tutor de polo
Segundo Kalluf e Pinho (p.3) o tutor desenvolve um papel baseado no compromisso da formação de seus alunos como tutor incentivador e formador. O tutor também é um articulador no processo ensino-aprendizagem: articula com o diálogo, com as orientações, informações e comunicação que geram conhecimento. Para Leal (1997) o tutor supera o conceito reducionista de propostas estritamente técnicas: tutor é um educador à distância.
De acordo com (Villardi, 2005), algumas competências devem ser desempenhadas de acordo com o trabalho do tutor de Pólo. São elas: pedagógicas, tecnológicas, didáticas, pessoais, lingüísticas e de trabalho colaborativo em equipe. O tutor de pólo precisa desenvolver competências, habilidades e saberes. Estas serão expressas como empatia, docência, formação adequada, compreensão da concepção de aprendizagem e liderança (KALLUF e PINHO, p.4).
Brito e Purificação apud Saviani (2006, p.39) nos diz que,
a educação hoje já não pode mais manter-se somente como acadêmicos ou profissionalizantes, por isso necessitamos de professores que conheçam o sistema produtivo e principalmente as inovações tecnológicas.
O tutor mediador, precisa estar capacitado e preparado para estar auxiliando seu aluno nestes ambientes de aprendizagem existentes no modelo de educação à distância.
O esquema abaixo visualiza o perfil do tutor e sua articulação mediadora com o ambiente em que ele se encontra. Conforme apresentado no esquema abaixo por Rocha (p.04):

4.3 Andragogia: o aluno mediado
Segundo Knowles (1977,p.21) diz que "a teoria da aprendizagem de adultos apresenta um desafio para os conceitos estáticos da inteligência, para as limitações padronizadas da educação convencional...".
Os princípios da andragogia - pedagogia do aluno adulto -, principalmente na educação a distância, sugerem um aluno adulto como indivíduo ativo e autônomo, aspectos adequados ao tipo de indivíduo e sociedade atual.
Segundo Lindeman apud Knowles (1998)
- "... a abordagem à educação de adultos seguirá pela via de situações, não de assuntos. ... Na educação convencional exige-se que o estudante se ajuste a um currículo estabelecido; na educação de adultos o currículo é elaborado ao redor das necessidades e interesses do estudante. Textos e professores desempenham um novo e secundário papel nesse tipo de educação; eles têm que dar importância primária aos estudantes".(p.8-9).
- "...o recurso mais valioso na educação de adultos é a experiência do estudante. Muito da aprendizagem se consiste da substituição delegada da experiência e conhecimento da outra pessoa. ...A experiência é o livro da vida do estudante adulto".(p.9-10).

4.4 Tutor e aluno
O tutor deve considerar algumas características próprias a respeito do aluno adulto. Os adultos são motivados a aprender quando possuem necessidades e interesses que a aprendizagem satisfará.
ü A orientação de adultos para a aprendizagem é centrada na vida.
ü Experiência é o recurso mais rico para a aprendizagem de adultos.
ü Os adultos têm uma grande necessidade de serem auto dirigidos.
ü As diferenças individuais entre as pessoas aumentam com a idade.
Também é importante considerar então mudanças necessárias no papel do aluno. Destacamos as seguintes: planejar e desenvolver ações, receber, selecionar e enviar informações, estabelecer conexões e refletir sobre o processo de aprendizagem, resolver problemas em grupo e individualmente de forma autônoma em relação à busca, ao fazer e ao compreender.

5. MEDIAÇÃO, DIALÉTICA e PROCESSO PEDAGÓGICO
Segundo Garrido, sob a ótica dialética, o processo pedagógico não deve ser mais simplesmente visto sob o prisma do preparo técnico do conteúdo mas a previsão conjunta do método.
Celso Vasconcellos (1992) apresenta algumas das categorias a serem observadas para construção do conhecimento no processo pedagógico:
DIMENSÕES DIALÉTICAS
MOBILIZAÇÃO
CONSTRUÇÃO
SÍNTESE
a) Visões equivocadas
b) importância da abordagem
c) preocupação relacional
d) significação
e) relação com necessidades
f) necessidades ontológica e epistemológica
g) contradições
h) análises
i) construções de representações mentais
j) práxis pedagógica
k) problematização
l) resgate de historicidade
m) formas de expressão
n) interação social entre educador e educando
o) síntese explicativa

As dimensões dialéticas serão efetivas se vencerem alguns desafios no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Gomes, p. 4, o desafio é,
possibilitar, pois, um ambiente de interação e colaboração, no qual o respeito por cada um seja a abertura para o diálogo permanente no processo de construção do conhecimento é, certamente, um desafio a ser enfrentado na tentativa de fazer da EAD um canal aberto que leve o aprendiz a interagir, definindo e redefinindo junto ao professor e demais aprendizes o processo educacional.

5.1 A mediatização dos conteúdos
Segundo Gomes, p. 05, a educação a distância é conduzida por alguém que está afastado do aluno no espaço e na maioria das vezes no tempo. O material didático constitui-se em um meio pelo qual se mediatiza os conhecimentos, o desenvolvimento de hábitos e atitudes de estudo, sem a presença física do professor. Assim, esse material deve oferecer aos alunos condições para a auto-aprendizagem.
Todo tempo e cuidado especial dedicado à elaboração do material é ganho no momento de execução do curso. A apresentação dos conteúdos, atividades e avaliações de forma que o aluno possa acessar e compreender, leva-o a sentir-se satisfeito e seguro em seus estudos, necessitando de menos interferência do professor ou monitoria para sua aprendizagem.
Portanto, é fundamental que a elaboração do material seja realizada em equipe. Não faz sentido a elaboração somente pelo professor, junto a ele é necessário a participação de profissionais das diversas áreas, para que se possa adequar o material didático às peculiaridades do estudo a distância.

5.2 Currículo e mediação
O EAD tradicional e os currículos fragmentados podem conspira contra a auto-organização. Conforme exposto no início do trabalho sobre a teoria do caos, o efeito borboleta, são pequenas diferenças nas condições iniciais que podem produzir grandes diferenças em outros estágios.
Segundo Angermeyer (1998),
a teoria do caos e a nova ciência dizem aos educadores que para reinventar a escola (EAD), devemos olhar ensino, aprendizagem, avaliação e estrutura curricular de perspectivas diferentes, como sistemas dinâmicos, adaptativos, auto-organizáveis que se transformam e se renovam através de crescimento e mudança.

5.3 Avaliação como mediação
Segundo Gomes, a avaliação formativa, o processo de comunicação e interação, a mediatização dos conteúdos e o sistema de preparação e acompanhamento de alunos e professores são também destacados e discutidos como importantes aspectos a serem considerados no planejamento de cursos nesta modalidade de ensino.
Na educação a distância, entende-se que o avanço das tecnologias possibilitando a integração de mídias, proporcionam variadas possibilidades de estudo ao aluno, atendendo às diferentes formas de aprender. No entanto, é claro que as tecnologias por elas próprias não dão conta de garantir a aprendizagem. Assim a preocupação da avaliação com a abordagem educacional é fundamental.

6. A MEDIAÇÃO INTEGRADORA NO EAD
A mediação torna-se efetiva e explicita quando há integração entre diversas áreas que envolvem o EAD. Por isso, Holmberg (1977 apud NUNES, 1992), compreende EAD que
o termo “educação a distância” esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus estudantes nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância se beneficia do planejamento, da direção e instrução da organização do ensino.
Se houver integração em toda a estrutura do EaD, a mediação terá um suporte quantitativo e qualitativo na ação do tutor. Por isso, é importante salientar o FCS (Fatores Críticos de Sucesso) na instituição educacional.
Os FCS são referencias de qualidade para o EaD. Destacamos os seguintes FCS: compromisso dos gestores, desenho do projeto, equipe profissional multidisciplinar, comunicação/interação entre os agentes, recursos educacionais, infra-estrutura de apoio, avaliação contínua e abrangente, convênios e parcerias, transparência nas informações, sustentabilidade financeira.

7. PLANEJAMENTO NA TUTORIA
Planejamento é a forma de preparar, hoje, as bases necessárias para que se chegue onde quer estar no futuro. Ribeiro (2003) Por exemplo, se o tutor não sabe para onde está indo, o que ele tem que fazer, não importa o caminho.
No caso específico da tutoria, o planejamento engloba: a avaliação e a reavaliação de prioridades; a elaboração de estratégias educacionais, que se desdobram em atividades, para alcançar objetivos de curto e médio prazos, sem deixar de lado os objetivos de longo prazo; e a organização do uso de diferentes recursos, na ação educacional e de mediação.
O tutor é um agente multidiciplinar e interdiciplinar que tem por objetivo, compatibilizar um modelo educacional de ensino a distância com um público de formação média, de idade madura, e que em sua maioria não freqüenta a muito tempo os bancos escolares. Deve este mediador compatibilizar a utilização de mecanismos virtuais no aprendizado teórico de matérias que a maioria dos alunos já conhece na prática. Promove a interação, o interesse e a motivação dos alunos exercendo com imparcialidade a função de mediador entre estes e o professor regente

7.1 Aplicando o PDCA
O PDCA é aplicado principalmente para o planejamento e a gestão e deve ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso na realização do planejamento, independentemente da área ou departamento (educação, vendas, compras, engenharia, etc...). O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar os problemas da ação educacional.
O ciclo PDCA significa quatro passos para o planejamento. São eles:
ü Plan (planejamento): Estabelecer os objetivos (metas), procedimentos e processos (metodologias) necessários para o alcance dos resultados.
ü Do (execução): realizar, executar as atividades.
ü Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
ü Act (ação): agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.

7.2 Obstáculos
O bom planejamento é trabalhoso e, em determinados momentos, não produz os resultados imediatos que se deseja. A maioria dos professores em EAD não realiza um planejamento adequado do curriculum e das atividades pedagógicas. Por muitos o Planejamento é visto como um trabalho acadêmico e com pouca aplicação prática.
Talvez os dois maiores obstáculos do planejamento sejam: o envolvimento com as tarefas do dia-a-dia, impedimento a visão do “quadro-geral” e o medo de fracassar através de planos divulgados que proporcionam o conhecimento do fracasso.

7.3 Benefícios
Podemos enumerar diversos benefícios no planejamento de nossas atividades. No caso da tutoria ressaltamos os seguintes benefícios:
ü Auxilia o tutor a saber onde está indo, e como chegar lá.
ü Identifica os recursos necessários para alcançar os objetivos.
ü Distribui os objetivos em uma série de etapas gerenciáveis e realizáveis.
ü Indica a direção a ser seguida, o que permite aos envolvidos coordenar e unificar as ações.
ü Enfrentar as mudanças, tanto no ambiente externo, como no interno.
ü Distribui de forma efetiva, dos escassos recursos.
Enfim, o planejamento permite o alinhamento dos pensamentos de todas as partes envolvidas no processo de educação a distância em torno de ações promotoras de resultados efetivos para a instituição, alunos e sociedade.


CONCLUSÃO
O estudo do módulo apresentado neste trabalho possibilitou-nos ampliar nossa visão reducionista e funcionalista da tutoria. Os estudos pedagógicos do EaD tem sido fonte de pesquisa e estudo por parte de muitas instituições em diversos níveis de aprendizagem.
Os aspectos apresentados neste trabalho nos remetem a questionamentos e futuros aprofundamentos para realização de estudos sobre a tutoria e seu papel educacional.
Percebe-se que a função tutorial é exigente e tende a acompanhar um ritmo de crescimento do EaD. A diferença que se pode fazer com o professor tradicional é de que os estudos sobre o papel do tutor crescem na medida das exigências deste campo de atuação pedagógica, com o desenvolvimentos tecnológico e com a demanda do mercado educacional.
Se não ocorrer estudos e pesquisas sobre os aspectos pedagógicos da tutoria poderíamos conceber a função tutorial apenas como mais uma nova profissão, como se caracteriza o mercado profissional pós-moderno. Porém, o tutor revela-se a ponte de ligação entre a pedagogia tradicional presencial e a pedagogia atualizada do ensino à distância.
Cabe o desafio de aprofundar os temas abordados e pesquisar outros aspectos que não foram apresentados neste trabalho.


REFERENCIAS
1. GOMES, Rita de Cássia Guarezi; PEZZI Silvana; Ricardo Miranda BARCIA, Tecnologia e Andragogia: aliadas na educação a distância Tema: Gestão de Sistemas de Educação a Distância.

2. SUSANE LOPES GARRIDO. A Dialética no Planejamento. UNISINOS -UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS . Publicado no CLADEA 98 - Republica Domicana.

3. Georgiana A. Patriani Kalluf E Charline Costa Pinho . A RE (CONSTRUÇÃO) DO PAPEL DO TUTOR MEDIADOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. FACINTER

4. ROCHA, Carlos Alves. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM EAD: Prática Pedagógica e Aprendizagem.

5. BOTH, Dr. Ivo José. AVALIAÇÃO PROCESSUAL E SOMATIVA: a valorização do ser humano pela educação.

6. CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Princípios de Educação à distância. Arquivo em Power Point. EAD tradicional e os currículos.
[1] Teoria do Caos. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_caos, 21/06/2008, 14h
[2] MORAN, José Manuel. Princípios da Educação a Distância. Coordenação de Pósgradução de Tutoria em EAD, p. 05.
[3] SARMET, Mauricio Miranda. Análise Ergonômica de Tarefas Cognitivas Complexas Mediadas por Aparato Tecnológico: Quem é o Tutor na Educação a Distância?, INSTITUTO DE PSICOLOGIA,
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, Brasília, 2003.
[4] Citado por: SUSANE LOPES GARRIDO. A Dialética no Planejamento. UNISINOS -UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS . Publicado no CLADEA 98 - Republica Domicana, p. 06.
[5] Georgiana A. Patriani Kalluf E Charline Costa Pinho . A RE (CONSTRUÇÃO) DO PAPEL DO TUTOR MEDIADOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. FACINTER, p. 08

sábado, 30 de agosto de 2008

PROFISSÃO TUTOR:

ASPECTOS CONTEXTUAIS, TEXTUAIS e PEDAGÓGICOS DA FUNÇÃO
“Uma geração que ignora a história não tem passado – e nenhum futuro.” Robert A. Heinlein (1907-1988)

1. APRESENTAÇÃO
A idéia inicial deste projeto é apresentar uma reflexão sobre o papel educacional da tutoria. O tutor é uma das novas profissões que surgiram com as mudanças tecnológicas, econômicas e sociais. A tutoria se fortalece como atividade econômica que tem dois fundamentos sólidos, mas em constantes mudanças paradigmáticas: educação e tecnologia.
A educação não é apenas uma questão de direito e dever do cidadão sob a responsabilidade do estado. A história da educação demonstra que a iniciativa privada teve um papel importante no desenvolvimento dos modelos e processos educacionais. No século passado verificamos o aumento da participação privada no setor educacional da educação básica ao ensino superior. Em todo o processo de transformação educacional percebe-se que a formação do professor sempre tem gerado discussão pelo seu importante papel social. O professor passou por um processo de mudanças paradigmáticas: do professor presencial numa escola rural multiseriada ao professor com formação de especialista em determinadas áreas do saber. Mais recentemente surge o professor tutor que necessita dominar os conceitos básicos de educação, as diferentes correntes do saber pedagógico, dominar novas tecnologias e compreender novos métodos educacionais. Ele precisa atuar como a nova geração de alunos ou então com alunos adultos conhecendo o papel da andragogia educacional. O tutor atua na educação presencial, semi-presencial e a distancia. Porém, este profissional da educação é formado nos cursos de pedagogia ou provem de outros cursos tecnológicos, mas atua também na formação das novas gerações.
A tecnologia é um termo usado para atividades de domínio humano, embasada no conhecimento, manuseio de um processo e ou ferramentas e que tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcionando desta forma, uma evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo, e historicamente relatadas como revoluções tecnológicas. As transformações tecnológicas não ficaram restritas ao âmbito da indústria e da comunicação. Ela também exerce grande influencia no setor educacional. Alias, a tecnologia da comunicação saiu da área militar e rapidamente encontrou seu caminho no setor acadêmico. Da metade do século passado até nossos dias vimos a tecnologia modificar os centros de pesquisas universitários, surgimento de novos cursos para atender o crescimento e transformação do mercado. O setor educacional transforma-se rapidamente seus paradigmas educacionais quando necessita unir tecnologia e educação. Surgem novos termos como TI, TICs, NTICs que precisam ser definidos e conhecidos; mudam as ferramentas e ambientes educacionais como computador e ensino a distancia; as metodologias e públicos também se diferenciam como apresentação em mídias e a andragogia.
Se a educação e a tecnologia oferecem seus conhecimentos para atender uma nova demanda educacional, certamente os paradigmas das praticas pedagógicas também deveriam acompanhar essas mudanças. A questão que se propõe este trabalho é pesquisar a sobre a formação do tutor no ensino superior. Um dos caminhos poderia ser a verificação das bases teóricas, praticas pedagógicas e metodologias oferecidas nos cursos de pedagogia. Duas possibilidades poderiam ser utilizados no estudo de caso: os cursos de pedagogia presenciais e os cursos ofertados no EAD. Por se tratar do papel do tutor, seria pertinente trabalharmos com os cursos de pedagogia em EAD.
O presente trabalho propõe-se a uma revisão de referencias teóricas e estudo de caso na formação do tutor, especialmente nos cursos de EAD. Nos itens seguintes apresenta-se justificativa, problema, fundamentação e as referencias deste trabalho.

2. JUSTIFICATIVA
2.1 O contexto da nova profissão tutor
Primeiramente deve-se constatar que na história das profissões, algumas tendem a desaparecer e outras a emergir. Segundo Marcondes[1], os avanços tecnológicos são os principais causadores do desaparecimento de algumas profissões e do surgimento de outras no mercado. A mão-de-obra está sendo substituída pela nova tecnologia e novos modos de comunicação com a Internet. "Estamos entrando na era pós-moderna, na era da gestão do conhecimento, o que permite que tudo aconteça mais rapidamente... Na era da tecnologia, mudam os produtos, os processos e as competências, logo, mudam as profissões também "[2]
No mesmo contexto de mercado, assim como a tecnologia tende a acabar com algumas profissões, em contrapartida, ela dará espaços a novos segmentos de atuação. A grande mudança é a ampliação do setor de serviços como turismo, lazer, ONGs e o setor educacional. Algumas das novas profissões como a tutoria que crescem rapidamente no Brasil, cerca de 50 a 80% ao ano.[3]
"Tutor" não se restringe à monitoria dos alunos em aulas presenciais de cursos a distância. Na verdade, esse profissional deve ser um conhecedor de todo o curso e ainda ter conhecimentos específicos para esclarecer dúvidas dos alunos[4], segundo o pesquisador da UnB. Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância, mais de 2,2 milhões de brasileiros já estudaram ou estão em algum desses cursos credenciados pelo Ministério da Educação. Ele acrescenta dados da Associação e-Learning Brasil: entre 1999 e 2005, o investimento de empresas e instituições de ensino em treinamento de funcionários, cursos rápidos, graduação e pós-graduação foi de R$ 470 milhões, e deve crescer a uma média de 40% ao ano até 2010.

2.2 A profissão tutor
Segundo o Ministério do Trabalho (MT), emprego ou situação de trabalho é um conjunto de atividades desempenhadas por uma pessoa, com ou sem vínculo empregatício. O MT destaca que numa ocupação é necessário que o profissional possua as competências que são habilidades mobilizadas para o desempenho das atividades do emprego ou trabalho. A competência possui duas dimensões:
a) Nível de competência: é função da complexidade, amplitude e responsabilidade das atividades desenvolvidas no emprego ou outro tipo de relação de trabalho.
b) Domínio (ou especialização) da competência: relaciona-se às características do contexto do trabalho como área de conhecimento, função, atividade econômica, processo produtivo, equipamentos, bens produzidos que identificarão o tipo de profissão ou ocupação[5].
Para o MT, a profissão tutor a distância esta registrado no código 3331. As atividades do tutor como sendo criar, planejar e elaborar cursos, definir materiais didáticos e ministrar aulas. Os profissionais dessa família ocupacional.
Exercem suas funções em instituições de ensino... Atuam de forma individual e também em equipe; trabalham com supervisão ocasional e, dependendo da característica do curso, podem atuar em ambiente fechado, a céu aberto e em veículos. Na grande maioria, trabalham na condição de profissionais autônomos, atuando nos períodos diurno e noturno.[6]

3. PROBLEMA
Lançam-se diversas atitudes diante das novas tecnologias. Alguns olham com desconfiança, tentando esquivar-se e evitando seu confronto. Outros procuram utilizar e conhecer, mas o fazem sem informação e formação. E outros ainda desbravam o caminho com ansiedade e desejo procurando desbravar e aproveitar o maximo de suas possibilidades.
Ao apresentarmos o Tutor como a emergência de uma nova função também destaca-se que o advento das novas tecnologias trouxe mudanças significativas na linguagem: escrita, falada, vista e ouvida.
Segundo Ponte, quando se refere as TICs deve-se considerar três domínios distintos, porém interligados entre si:
a) O processamento, armazenamento e a pesquisa de informação realizada pelo computador.
b) O controle e automatização das máquinas, ferramentas e processos, incluindo em particular a robótica.
c) A comunicação, nomeadamente a transmissão e a circulação da informação. [7]
Porém, somente considerar o processo, o controle e a comunicação não basta para deter o conhecimento sobre as TICs. Toda técnica nova só é utilizada com desenvoltura e naturalidade no fim de um longo processo de apropriação (PONTE, p. 64).
Por isso, segundo Gomes (p.06), é necessário que se tenha uma equipe capacitada que seja responsável por essa preparação dos professores, dos alunos e dos demais envolvidos. Entende-se que este trabalho se adequa a uma equipe que tenha em sua formação o entendimento da pedagogia e da andragogia, do uso das tecnologias de informação e comunicação em prol da educação, ou seja, de como o aluno aprende e de como as mídias podem viabilizar na EAD esta aprendizagem.
Surge então um questionamento fundamental: o atual sistema de formação pedagógico nas Instituições de Ensino Superior, em especial o cursos de pedagogia, preparam seus alunos para este profissional da educação? Outras questões também podem ser levantadas: Quais os paradigmas educacionais na formação do tutor? Como o tutor se posiciona diante da exigência da formação continua na nova geração formada pelo Ensino a distância? Os cursos de EaD contemplam novos paradigmas educacionais ou apenas reproduzem paradigmas tradicionais usando NTICs?

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Aretio (1994), são evidentes as diferenças entre o ensino presencial e a distância. Exigindo tanto do tutor quanto do aluno novas posturas e conhecimentos. Portanto, defende-se que em cursos a distância é fundamental desenvolver um sistema de preparação e acompanhamento permanente aos tutores e aos alunos, assim como, de toda equipe envolvida (coordenadores, monitores, editores, dentre outros). Todos devem ter clareza das características da Educação a Distância e da abordagem educacional do curso para que as práticas não se tornem individualizada. Garantindo assim, a ação conjunta em prol da qualidade do curso em todos seus segmentos.
Com o advento do computador, com a crescente importância de comunicação texto-áudio-visual e do acesso e utilização de informações em todos os campos de atuação dos indivíduos, novas formas de combinação de aparatos tecnológicos foram viabilizadas, bem como surgiram novas nomenclaturas para referenciar as novas formas de comunicação e de aquisição, armazenamento, processamento, produção e distribuição de informação. Por efeito dos computadores e da digitalização, todas as formas e instrumentos da mídia estão cada vez mais se fundindo em sistemas inter-relacionados (Dizard, 1998)[8]. Segundo o MEC[9], a tecnologia pode ser vista, assim, como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus processos etc.
As atividades econômicas dependem cada vez mais das novas tecnologias, destacamos as empresas prestadoras de serviços pela internet, às comunicações passando pelo comércio eletrônico, empresas que desenvolvem produtos eletrônicos e toda a rede de comunicação digital (jornal, televisão, radio e educação). Segundo a empresa eMarketer[10], o Brasil já teria quase 10 milhões de usuários ao final de 2008. Em termos populacionais não seria muito, mas cerca de aproximadamente 5% da população. Mas a tendência é de crescimento. Para Carvalho[11], a Internet não é pura e simplesmente uma rede técnica, feita de hardware e software. Ela é uma rede sócio-técnica, ou, dito de outra forma, um enredamento indissociável de ciência, tecnologia e sociedade.
Ao contrário do que pode conceber o senso-comum, o funcionamento de cursos a distância que procuram romper com a abordagem pedagógica comportamentalista e que utilizam as TICs, tem na figura do tutor um de seus principais alicerces, sendo necessário formar professores que possam manejar os recursos tecnológicos e orientar consistentemente com a proposta pedagógica do curso.[12]
Segundo Moran, é muito difícil fazer uma avaliação abrangente e objetiva do ensino superior a distância no Brasil. Há certa dificuldade em visualizar todas as variantes que estão acontecendo, pela quantidade de instituições envolvidas [13]. Porém, pode-se identificar algumas tendências. Positivamente destaca-se a integração entre cursos presenciais e a distância, IES (instituições de Ensino Superior) isoladas estabelecerem parcerias com IES credenciadas para EAD, aumento da oferta de cursos de graduação em áreas tradicionais dos bacharelados e tecnologias, demanda por cursos superiores a distância também em grandes centros, mesmo que exista grande quantidade de IES presenciais e a utilização de objetos de aprendizagem de domínio público. Enquanto desafios podem existir a regulação excessiva, interesses de grupos organizados, educação como negócio e como bem social, a cultura escolar tradicional e as tensões entre o público e o privado.
Considerando estas tendências e desafios, podemos dizer que a formação é um dos elementos fundamentais do sucesso do processo de ensino-aprendizagem, tanto que a formação de tutores é fundamental para garantir o sucesso dos processos educativos a distância, principalmente quando incorporam as TIC e novas abordagens pedagógicas.[14] Vale recordar que o governo brasileiro é um dos grandes apoiadores do EAD. O MEC fundou o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil) programa que tem como prioridade expandir e democratizar a oferta de cursos técnicos de nível médio, especialmente na periferia das áreas metropolitanas. Parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o programa investirá em 2008, mais de R$ 75 milhões em cursos de educação profissional na modalidade a distância.

5. REFERENCIAS
BARÃO, Cláudio Luiz. Comunidades de prática e de aprendizagem. Coordenação de pós-graduação tutoria em EAD. Texto Base. FACINTER, 2008.
BRIEN, James A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRITO, Gláucia da Silva. Comunicação e autonomia do aluno. Coordenação de pós-graduação de Tutoria em EAD. Texto Base, FACINTER, Curitiba, 2008.
CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Princípios de Educação à distância. DEMO, Pedro. Pedagogia. Medina Books, 2006
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: 2007.
Georgiana A. Patriani Kalluf E Charline Costa Pinho . A re (construção) do papel do tutor mediador na educação a distância. FACINTER
GOMES, Rita de Cássia Guarezi; PEZZI Silvana; Ricardo Miranda BARCIA, Tecnologia e Andragogia: aliadas na educação a distância Tema: Gestão de Sistemas de Educação a Distância.
HARASIN, L. Redes de aprendizagem. São Paulo: Ed. Senac, 2005.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003
LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro: s. ed., 1997.
LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
MARKS, Sikberto Renaldo. Entenda a EaD: Como estuda o aluno da EaD.
MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão Integrada. São Paulo: Thomson, 2007.
MORAN COSTAS, J M. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias. Revista diálogo educacional, nº12, p. 147-160. Curitiba: Ed. Champagnat, 2004.
_______A Educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. 2ª. ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 2007. v. 1. 174 p
_______. Tendências da educação pela Internet no Brasil. Educação, Maceió, Alagoas, v. 12, n. 20, p. 53-76, 2004
_______ Princípios da Educação a Distância. Coordenação de Pós-graduação de Tutoria em EAD.
OLIVEIRA, J F. Tecnologia da Informação e da Comunicação. São Paulo: Érica, 2003.
PONTE, João Pedro. Tecnologias da informação e comunicação na formação dos professores: que desafios. Revista Ibero-Americana de Educación, Septiembre-deciembre, numero 024. Madri, Espanha.
ROCHA, Carlos Alves. Organização do trabalho pedagógico em ead: Prática Pedagógica e Aprendizagem.
RODRIGUES, R. Introdução a Educação a Distância. Tutoria e Avaliação na EAD. Livro texto. In: PIMENTEL, N.; MORAES, M. Florianópolis: Editora da UFSC, LED, 1998.
SARMET, Mauricio Miranda. Análise Ergonômica de Tarefas Cognitivas Complexas Mediadas por Aparato Tecnológico: Quem é o Tutor na Educação a Distância?, Instituto de psicologia, universidade de brasília, Brasília, 2003.
SLAVIERO, Vânia Lúcia. Expertise em Tutoria. Práticas Tutoriais em EAD. Programação Neurolingüística Sistêmica e Consciência Corporal. Texto Base Curitiba, 2008.
SUSANE LOPES GARRIDO. A Dialética no Planejamento. Unisinos -universidade do vale do rio dos sinos . Publicado no CLADEA 98 - Republica Dominicana.
[1] Thienne Marcondes. AS NOVAS PROFISSÕES QUE DESPONTAM NO MERCADO DE TRABALHO. http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=5577
[2] Fábio Cenati, diretor corporativo de Recursos Humanos da Alstom do Brasil. Citado por Marcondes.
[3] Fábio Segre, diretor de Produção e Desenvolvimento da Mentor Tecnologia (empresa de e-learning corporativo). Citado por Marcondes.
[4] Rodrigo Cunha. Trabalho - A oportunidade e a exclusão na sociedade da informação. http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252007000400003&script=sci_arttext 25/10/08 – 8h00. Jornal Carreira & Sucesso. Catho Online.
[5] Ministério do Trabalho. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/informacao.asp
[6] Ministério do Trabalho. Classificação Brasileira de Ocupações. Idem
[7] PONTE, João Pedro. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES: QUE DESAFIOS. Revista Ibero-Americana de Educación, Septiembre-deciembre, numero 024. Madri, Espanha, pg 65.
[8] Idem. http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/modulo1/p_02.htm
[9] http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/modulo1/p_02.htm
[10] http://www.emarketer.com/Article.aspx?id=1004816, acesso em 23/10/2008.
[11] CARVALHO, Marcelo Sávio Revoredo Menezes. A trajetória da internet no Brasil: do surgimento das redes de computadores à instituição dos mecanismos de governança.
[12] SANTOS, Henriette dos e outros. Um estudo da prática construtivista do tutor de um curso a distância de formação continuada de professores de física, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/viii/PDFs/CO22_2.pdf, 21/10/08
[13] MORAN, José Manuel. Princípios da Educação a Distância. Coordenação de Pós-gradução de Tutoria em EAD, p. 16
[14] SANTOS, Henriette dos e outros. Idem. Pg. 02.